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Em 7 de Julho,
nem um voto na extrema-direita e
nos partidos capitalistas!
Fora Bardella! Macron, rua!
Comunicado do Partido dos Trabalhadores
Grande derrota de Macron, ministros de Macron derrotados, candidatos de Macron varridos: rejeição total da política anti-operária de Macron, das suas reformas das pensões, do seguro de desemprego e do ensino; rejeição total da sua política de guerra, das centenas de milhares de milhões de verbas para a guerra na Ucrânia e para o armamento de Israel, que prossegue a sua política genocida; rejeição da lei racista da “imigração” de Macron, que abriu caminho à União Nacional.
A derrota de Macron foi acompanhada de uma progressão sem precedentes da União Nacional. Porquê? A presidência de Macron veio numa continuidade, a de vinte e quatro anos em que, a começar em 1981, os partidos da esquerda que hoje compõem a Nova Frente Popular se recusaram a avançar para a ruptura com o sistema capitalista de exploração e opressão e com os planos ditados pela União Europeia.
Uma parte da população tirou a conclusão de que a União Nacional poderia abrir uma outra perspectiva. Ilusão fatal. A União Nacional é a política de Macron para pior, contra os trabalhadores, os serviços públicos, a laicidade, as pensões, somando-lhe a designação dos trabalhadores imigrantes e franceses de origem imigrante como responsáveis por todos os males. Um discurso que anima aos atentados racistas, a par de a ataques cada vez mais numerosos a sindicalistas e suas sedes.
Os trabalhadores e os jovens não podem fazer a mínima concessão a este discurso divisionista, que apenas serve aos patrões. Nenhuma concessão a quem quer virar um sector da classe trabalhadora contra outro sector da classe trabalhadora por causa da sua origem ou religião. Nenhuma concessão a quem procura dividir o povo trabalhador num mosaico de comunidades.
Só há uma classe trabalhadora, só há uma juventude, unidas nos seus direitos inalienáveis e indivisíveis.
Ao participarem nas eleições em grande número, os trabalhadores e jovens exprimiram a sua vontade de impedir que a União Nacional ganhasse terreno, particularmente nos bairros operários e populares.
No dia 7 de Julho, podemos e devemos derrotar a União Nacional! Nem um voto na União Nacional, nem um voto em nenhum dos partidos capitalistas (RN, Macronistas, republicanos…)!
Já se ouvem os dirigentes da esquerda a apelar a fazer frente com Macron e a direita contra a União Nacional. Não é a primeira vez. Já nos armaram essa em 2002 e em 2017. Em 2022, pediram-nos para votar em Macron para travar a extrema-direita. Resultado: longe de travar a extrema-direita, o voto em Macron abriu caminho à política de Macron, que abriu caminho à extrema-direita.
Os trabalhadores querem barrar o caminho à extrema-direita. Fá-lo-ão à sua maneira, no seu próprio terreno, unindo-se pelas suas reivindicações, com as suas organizações sindicais independentes.
Barrar a União Nacional, sim! Para isso, é urgente levar à prática uma verdadeira política de ruptura. Ruptura não é uma mera palavra num programa. Ruptura é aumento geral dos salários, congelamento dos preços, escala móvel dos salários e recuperação do poder de compra perdido. Ruptura é confiscar os créditos de guerra, os lucros capitalistas e os dividendos pagos aos accionistas e reafectá-los à habitação, ao ensino e aos hospitais. Ruptura é revogar todas as reformas reaccionárias do governo. Ruptura é: nem um tostão, nem uma arma, nem um homem para a guerra na Ucrânia! Ruptura é romper todas as relações com o Estado genocida de Israel e parar com todos os fornecimentos de armas.
É a acção dos próprios trabalhadores e a sua mobilização que permitirá impor essa ruptura.
Para o Partido dos Trabalhadores, defender a democracia não é defender as instituições da Vª República, eleger de cinco em cinco anos um Presidente da República com todos os poderes nas mãos e uma Assembleia Nacional fechada a cadeado. É ao povo que compete definir a forma e o conteúdo da democracia, abatendo a Vª República e elegendo representantes para uma Assembleia Constituinte soberana.
O Partido dos Trabalhadores pronuncia-se por um governo dos trabalhadores, um governo sem NATO, sem União Europeia, sem Banco Central Europeu, um governo sem patrões e sem Macron. Por isso o PT não aderiu à Nova Frente Popular.
Os passados acontecimentos mostram que os que hoje falam a torto e a direito de “ruptura” são os mesmos que há meio século estão de costas voltadas para ela. Nós sabemos, porém, que os milhões de trabalhadores e de jovens que votaram na Nova Frente Popular no dia 30 de Junho e que voltarão a fazê-lo no dia 7 de Julho, o farão por razões que nos são comuns: tal como nós, eles querem uma ruptura a sério.
Nós estamos e estaremos com eles, com os militantes e eleitores comunistas e socialistas, insubmissos e sindicalistas de todas as tendências a construir a frente única pela ruptura operária. Salvar e reconquistar a democracia é tarefa da classe trabalhadora e da juventude.
No dia 7 de julho, nem um voto na extrema-direita, nem um voto nos partidos capitalistas (RN, LR, macronista…)! No dia 7 de julho, sem por isso aprovar o programa da Nova Frente Popular, o Partido dos Trabalhadores apela incondicionalmente a votar nos candidatos oriundos de partidos do movimento operário apresentados pela Nova Frente Popular! Numa palavra: fora Bardella, Macron, rua! Ruptura operária!