Declaração
Em 30 de outubro: Votar Lula por um governo dos trabalhadores!
No dia 2 de outubro aconteceu o primeiro turno das eleições presidenciais, para governadores e deputados federais e estaduais. Com 57 milhões de votos (48,43%), o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à presidência da República, Lula, está à frente do candidato de ultradireita, Jair Bolsonaro, por 6 milhões (5%) de votos. Bolsonaro tem 51 milhões de votos (43,20%). O segundo turno será no dia 30 de outubro.
Importante ressaltar: mais de 32 milhões de eleitores se abstiveram, ou seja, 20,9% do eleitorado, este é o maior percentual de abstenção em uma eleição presidencial desde 1998. As abstenções, votos brancos e nulos e os votos em outros candidatos representam aproximadamente 40 milhões de votos. E a grande maioria desses eleitores são trabalhadores, jovens e setores da classe média atingidos pela crise do sistema capitalista e pelas políticas de Bolsonaro.
Entre os motivos que levaram grande parte desses 40 milhões a não votarem em Lula certamente é a desconfiança nas reaproximações de Lula com setores da chamada direita “tradicional” (que apoiou até aqui a pauta econômica regressiva do ministro da ecomomia Paulo Guedes) em nome da “democracia contra Bolsonaro”. Tais alianças só podem semear confusão na classe trabalhadora e entre os jovens e devem ser descartadas.
Como disse o ex-presidente do PT, José Genoino, ao jornal Brasil de Fato, depois do primeiro turno:
“Campanha eleitoral não se ganha com reuniões com a elite, você ganha campanha eleitoral na rua (…) Nós precisamos nos libertar da defensiva e de ficar só olhando para o retrovisor. Temos que discutir qual é a pauta do povo (…) A conjuntura nos favorece para fazer essa disputa, porque estamos dentro de uma crise gravíssima e, diante de uma crise, ou você apresenta alternativa ou o povo vai cobrar.”
Todos os defensores dos trabalhadores, da juventude, da democracia e da soberania da nação, devem fazer o possível para que o voto em Lula seja majoritário. No dia 30 de outubro, devemos votar em Lula para acabar com o governo Bolsonaro e sua política a serviço do mercado financeiro e do FMI. Votar Lula por um governo dos trabalhadores, a serviço dos trabalhadores. Um governo que, a nosso ver, deve estar comprometido com demandas sociais históricas e recentes como:
– Imediata cessação do pagamento da dívida pública que não foi o povo brasileiro quem a contraiu!
– Revogação de todas as reformas trabalhista, da previdência, do ensino médio, impostas a nós por Bolsonaro e antes dele, Temer! Não à reforma administrativa que destrói com os direitos dos servidores e os serviços públicos!
– Manutenção de todos os empregos e pela indexação dos salários à inflação! Redução da jornada de trabalho!
– Cancelamento da privatização da Eletrobras e reestatização de tudo que foi privatizado!
– Proibição de despejos das ocupações por moradias! Plano de construção de casas populares!
– Reforma agrária imediata: a terra para quem nela trabalha! Pela estatização das terras do agronegócio cujos proprietários estão envolvidos em desmatamento ilegal, incêndio criminoso e desrespeito aos povos indígenas!
– Defesa e ampliação das universidades públicas e gratuitas!
– Não à guerra imperialista e sim à solidariedade internacional dos trabalhadores!
Com uma plataforma ligada à pauta do povo – sem cair nas armadilhas das pautas religiosas e de “costumes” que interessam ao bolsonarismo – e a mobilização da militância do PT, PSOL e PCdoB, da CUT e dos sindicatos e organizações populares, da juventude (UNE, UBES, etc), dos sem-terra, dos sem-tetos, das mulheres trabalhadoras, dos negros, a vitória é possível.
Militantes ligados no Brasil ao Comitê pela Reconstituição da IV Internacional (CORQI)
4 de outubro de 2022
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