Na Rússia o regime não consegue esmagar as vozes de revolta

Na foto: Daria Kozyreva no seu julgamento

Na Rússia, o abafar, pelo regime de oligarcas de Putin, de qualquer oposição não conseguiu silenciar todas as vozes de revolta.

Em 21 de Abril, em Orsk, na região de Orenburg, onde 15.000 pessoas perderam tudo nas cheias e foram abandonadas pelo Estado, realizou-se um encontro frente a frente entre os habitantes e o presidente da câmara, filmado e difundido nas redes sociais. Uma mulher – cujo marido morreu na Ucrânia – desafiou violentamente o atónito presidente da câmara:

Não tem consciência? Está aqui com a sua bela camisa branca e há quinze dias que não temos um cêntimo, nem água, nem nada! Para que é que o meu marido morreu? Está aqui com as suas belas calças limpas enquanto o seu filho vive no Dubai. Não tem vergonha?

No outro extremo do país, em 22 de Abril, perante um tribunal de São Petersburgo, no seu julgamento (22 de Abril), que prolongou a sua detenção por se opor à guerra, a jovem comunista Daria Kozyreva, de 18 anos, gritou aos juízes “Mais cedo ou mais tarde, a nossa voz será ouvida! Mais cedo ou mais tarde, toda a verdade sobre esta guerra suja virá ao de cima. Podem prender-me ou não, façam como quiserem: eu continuarei a dizer a verdade!