Duas notícias que contrastam
Lusa 27/9/2016:
“Três ativistas chineses dos direitos laborais foram hoje condenados a penas suspensas, de entre dois e quatro anos, avançou a imprensa estatal, que cita o seu envolvimento com ‘organizações estrangeiras hostis à China’.
Zeng Feiyang, que era o diretor do escritório de advogados Panyu Workers’ Centre, foi punido com três anos de pena suspensa, enquanto os seus colegas Tang Huanxing e Zhu Xiaomei foram condenados a 18 meses de pena suspensa, segundo a agência oficial Xinhua.
Os três ajudavam trabalhadores da província de Guangdong, no sul da China, que reclamavam salários em atraso e bónus não pagos aos seus empregadores, mas foram condenados por ‘ignorar as leis nacionais e organizar encontros de massas que perturbaram a ordem social’, afirma a Xinhua.”
Esta notícia contrasta com esta outra:
Lusa 27/9/16:
“O ministro dos Negócios Estrangeiros disse na segunda-feira que Portugal poderá assinar acordos com a China durante a visita de António Costa (à China), alegando que a reunião com o primeiro-ministro chinês na ilha Terceira serviu para preparar essa visita (…) Li Keqiang, primeiro-ministro da República Popular da China, e a sua comitiva chegaram esta noite à ilha Terceira, nos Açores, onde farão uma escala de dois dias, na viagem de regresso a casa, após uma visita a Cuba”.
Entre as hipóteses de negócio está o porto de Praia da Vitória, do interesse dos chineses. Não foi referido se esse interesse era a sua compra possível ou um simples controlo do porto. Daqui a algum tempo saberemos.
O contraste está em o governo do PS, que se declara pelas liberdades democráticas, ver os negócios acima dessa trama. Onde estão as liberdades para os trabalhadores chineses, que exigem o pagamento dos salários em atraso e por esse motivo são presos, eles e os advogados seus defensores?
José Santana Henriques