Reuniu-se em Paris, no início de Novembro, uma conferência de delegados baseada em mais de 6.000 assinaturas, recolhidas entre trabalhadores, jovens e militantes de toda a França, para exigir a ruptura com as instituições podres da Vª República francesa e da União Europeia. Os delegados decidiram criar um Movimento pela Ruptura com a União Europeia e a Vª República, cujo manifesto apresentamos:
MOVIMENTO PELA RUPTURA COM A UNIÃO EUROPEIA E A Vª REPÚBLICA
A situação do povo trabalhador tornou-se insuportável. Os trabalhadores, os jovens, os camponeses, os reformados e os desempregados já não aguentam a política do governo Hollande-Valls às ordens da União Europeia. Seja a legislação laboral, a segurança social, a saúde, os serviços públicos, o ensino ou as liberdades democráticas, a raiva destruidora deste governo nada poupa.
A crise do regime espraia-se à vista de todos. A decomposição alastra a todas as instituições como um cancro.
Uma pergunta sobressai: que saída política permitirá acabar com as políticas anti-sociais que assolam o país?
Para dar uma resposta positiva a esta pergunta, 6.383 jovens, trabalhadores e militantes de todas as tendências do movimento operário e democrático de 85 departamentos assinaram publicamente um apelo que reza assim:
“Consideramos que a luta de classes está na ordem do dia. Ela é o motor da história, a maneira de impor uma saída política que corresponda às exigências da democracia.
A necessidade que se impõe é de romper com a ditadura do capital financeiro, com o regime capitalista assente na propriedade privada dos meios de produção.
Isso implica, na prática, romper com as instituições que permitem essa dominação: as instituições da União Europeia e as instituições da Vª República.
Só um governo que se recuse a submeter-se a essas instituições pode tomar as medidas de urgência necessárias, a começar pela revogação de todas as contra-reformas impostas nestes últimos anos.”
Tais medidas de urgência só podem ser tomadas por um governo que, rompendo com a União Europeia, estabeleça relações fraternas e iguais com todos os povos europeus.
Nós, trabalhadores, militantes e jovens, temos porventura pontos de vista diferentes para as eleições que aí vêm, pensamos votar num ou noutro candidato ou em nenhum deles.
Para além destas diferenças, porém, todos temos esta convicção: a eleição do monarca sem coroa da Vª República, tal como a eleição da impotente Assembleia Nacional, simples câmara de ressonância e de aplicação das decisões de Bruxelas, nada resolverá.
Por isso, os 507 delegados reunidos em conferência nacional no dia 5 de Novembro de 2016 em Paris decidem constituir o “Movimento pela Ruptura com a União Europeia e a Vª República”.
A todos apelamos para que, em todo o país, se recolham dezenas e dezenas de milhares de assinaturas pelo solene compromisso pela ruptura.
COMPROMISSO PELA RUPTURA
“Considerando que, sejam quais forem as posições que cada um de nós assuma nas eleições — traduzidas num sentido de voto ou não — só a ruptura total com as instituições actuais permitirá desenvolver uma saída positiva para a crise que o país atravessa.
Considerando que a situação do povo trabalhador exige medidas de urgência.
Considerando que é preciso pôr cobro aos ataques destruidores deste governo e de qualquer governo sujeito ao espartilho da União Europeia.
Assumimos o compromisso de intervir sem descanso, antes e depois das eleições:
- pela ruptura com a União Europeia e com a Vª República.
- por uma Assembleia Constituinte que, empenhada na via da ruptura, devolva ao povo o poder de decidir.
- pela satisfação das reivindicações da juventude;
- pela reconquista de democracia política a todos os níveis, do município ao topo do Estado.
- pela defesa de todas as liberdades públicas.”
(Apelo adoptado por unanimidade por uma conferência nacional pela ruptura realizada em Paris no dia 5 de Novembro, juntando 507 delegados em representação de 6.383 trabalhadores e jovens)
Assino o compromisso pela ruptura:
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Contacto: ue.rupture@gmail.com
