NÃO À INTERVENÇÃO MILITAR NA VENEZUELA!

NÃO À INTERVENÇÃO MILITAR NA VENEZUELA, RESPEITO AO DIREITO DEMOCRÁTICO DO POVO VENEZUELANO À SUA SOBERANIA!

APELO DA ORGANIZAÇÃO COMUNISTA INTERNACIONALISTA (OCI) DO BRASIL, FILIADA NO CORQI (COMITÉ DE ORGANIZAÇÃO PELA RECONSTITUIÇÃO DA QUARTA INTERNACIONAL), 13 de agosto de 2017

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na sexta à noite, dia 11 de agosto, a respeito da situação na Venezuela:

Temos muitas opções para a Venezuela, incluída a militar se for necessário (…) Não vou descartar a opção militar…

São as mesmas palavras bélicas que pronunciaram os líderes estadunidenses quando deflagraram a guerra contra o Iraque. Sabemos qual foi o resultado para o povo do Iraque, e em seguida da Síria e todo o Oriente Médio. Os custos foram milhares de mortos desde o primeiro dia, com uma soma gigantesca até os dias de hoje.

Abaixo à guerra! Tirem as mãos da Venezuela e do povo venezuelano.

Uma nota da liderança do PT no Senado Federal, assinada pelo Senador Lindbergh Farias, assinala as consequências que estão por detrás das intenções militares de Trump:

A Bancada do PT no Senado condena veementemente as declarações do presidente Donald Trump de que não descarta uma intervenção militar na Venezuela. Caso essa opção desastrosa se concretize, a Venezuela mergulhará definitivamente na violência e no caos e seu conflito interno se internacionalizará, transformando a América do Sul, uma região estável, em um novo Oriente Médio.  Nesse caso, todos os países da região, inclusive o Brasil, sofrerão terríveis consequências...”

As chancelarias dos principais países da América Latina deram declarações, no sábado pela manhã, dia 12 de agosto, se opondo à opção militar de Trump. Os governantes sabem que uma medida desta natureza desestabilizará os governos em todo o continente.

Em 1 de agosto, um manifesto assinado por 28 entidades nacionais brasileiras, entre elas o PT (Partido dos Trabalhadores), a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a UNE (União Nacional dos Estudantes), intitulado “Pela Paz na Venezuela” afirmava:

“O Brasil não pode passar pela infâmia de se aliar a governos que conspiram contra uma nação livre e se associam a facções dedicadas a tomar o poder de assalto, apelando para o caos e a coação. Convocamos todos os brasileiros e brasileiras à defesa da democracia e da autodeterminaço de nossos irmãos venezuelanos, ao seu direito de viver em paz e a definir o próprio destino”

Declarações em defesa da soberania do povo venezuelano e contra a ingerência imperialista também foram emitidas por diversos outros partidos e organizações que se reivindicam da democracia e da classe da trabalhadora no Brasil. 

A Organização Comunista Internacionalista (OCI), seção brasileira do Comitê pela Reconstituição da IV Internacional (CORQI), e integrante do PT, de acordo com a tradição da IV Internacional, é pelo direito da Venezuela à sua auto-determinação e condena todo o ato de hostilidade e de ameaça militar imperialista contra o povo e a nação venezuelana. Trump e as multinacionais dos Estados Unidos não têm o direito de atacar a Venezuela para negando a soberania da nação venezuelana com o objetivo de saquear as riquezas que pertencem ao povo venezuelano. Hoje seria a Venezuela, mas, e depois, seria uma escalada beligerante pelo total controle do petróleo do pré-sal brasileiro, do petróleo mexicano, do cobre chileno ou do gás boliviano, e assim por diante?

Concordamos com o chamamento das 28 entidades que lançaram o manifesto “Pela Paz na Venezuela” que convoca os brasileiros e brasileiras para a defesa da democracia e da autodeterminação do povo venezuelano e apelamos pela formação, de maneira urgente, em todo o país, de comitês amplos contra a intervenção militar de Trump ou estrangeira na Venezuela, pela democracia e o direito a autodeterminação da nação Venezuela. A OCI estará na primeira fila deste combate. 

A organizações políticas e sindicais da classe trabalhadora, populares e democráticas tem hoje uma tarefa inadiável: convocar por toda a parte (local de trabalho, escolas, universidades, bairros, cidades, no campo) a criação de tais comitês para dizer a Trump e ao imperialismo:

– Tirem as patas da Venezuela! Não à guerra de rapina em nosso continente!

– Respeitem a soberania e a integridade da nação venezuelana!