MACRON É MINORITÁRIO, MACRON É ILEGÍTIMO!
Macron, o «eleito», está em minoria no país.
Neste dia 24 de abril, três de cada cinco eleitores recenseados recusaram-se a votar nele. Mais ainda são os que rejeitam a sua política. Grande parte dos que votaram em Macron fizeram-no unicamente para barrar o caminho à direita.
Duas semanas antes, na primeira volta, Macron fora já rejeitado por 80% dos eleitores inscritos, particularmente pelo eleitorado operário, popular e jovem, em consequência da política anti-operária, anti-social e antidemocrática que levou a cabo nestes cinco anos.
Macron deve a sua «eleição» de 24 de abril:
- às instituições antidemocráticas da Vª República, que reduzem o direito de voto à nomeação de quem se vai instalar no Eliseu para lá exercer todos os poderes ao serviço da classe capitalista;
- ao apelo da maior parte dos dirigentes da esquerda e da direita a votar nele, na continuidade da votação unânime dos deputados, no dia 19 de março de 2020, a favor de oferecer aos capitalistas 343 mil milhões de euros; e na continuidade da votação dos deputados franceses de «esquerda», no Parlamento Europeu, preconizando a intensificação do esforço de guerra e que as respectivas consequências sejam suportadas pelos povos.
Para quem se reveja na democracia e, portanto, na lei da maioria, Macron é ilegítimo.
O recorde da abstenção registado no dia 24 de abril denota que o povo se recusou a aceitar que votar em Macron fosse defender a democracia.
A defesa da democracia está, sim, em os trabalhadores e jovens se organizarem para defenderem os seus direitos e reivindicações.
Fragilizado por estas eleições, Macron irá, sem dúvida, apelar às organizações que representam os interesses dos trabalhadores para que se associem aos planos exigidos pelos capitalistas, especialmente quanto às aposentações e ao poder de compra.
Os trabalhadores e a juventude contrapor-lhe-ão a sua acção independente pelas suas reivindicações, em particular a de aumento geral dos salários e das pensões e sua indexação à inflação, a de congelamento de todos os preços de produtos alimentares de primeira necessidade, da energia e das rendas de casa e a de rejeição de toda e qualquer reforma das aposentações que aumente a idade da pasasgem à reforma. Mais genericamente, contrapor-lhe-ão a acção por reivindicações que permitam fazer face às necessidades urgentes em matéria de ensino, hospitais e serviços públicos.
Para satisfazer estas reivindicações, será preciso não ter medo de ir buscar o dinheiro aos mais de 600 mil milhões que, durante dois anos, Macron e os deputados ofereceram aos capitalistas (que nunca tiveram lucros tão florescentes), nem ter medo de impugnar os orçamentos de guerra que o governo, às ordens da NATO, constantemente tem aumentado.
Triunfo da democracia é pôr termo a governos e instituições ao serviço da pequena minoria que vive da exploração do trabalho de outrem. Triunfo da democracia é haver um governo da maioria e instituições da maioria, da maioria que, para viver, tem apenas o seu trabalho. Para abrir caminho a um tal governo, o POID apela a que vos junteis às nossas fileiras.
As nossas palavras de ordem são claras: unidade das fileiras dos trabalhadores em plena independência de classe, não a acordos com Macron, não à união nacional, não à coabitação com o presidente da minoria!
Isso mesmo defenderão os candidatos do Partido Operário Independente Democrático que se apresentarão às eleições legislativas em 115 circunscrições do país.