França: milhões em greve, milhões na rua

19 de Janeiro de 2023, 21h

Milhões em greve,
milhões na rua

Neste dia 19 de Janeiro, o povo exprimiu-se a uma só voz: retirada do plano anti-aposentações de Macron e Borne!
Milhões em greve, no sector público e no privado.
Milhões em manifestações em centenas de cidades do país.
O povo trabalhador e a juventude mobilizaram-se. O debate ficou resolvido:
​esta reforma é ilegítima e tem de ser cancelada. A maioria exige que se ouça a maioria.
E agora?
Enquanto nos manifestávamos aos milhões, Macron ousou tomar a palavra para dizer que a sua reforma é “justa” e que a vai manter.

Temos de o fazer recuar.

Este dia 19 de Janeiro representa desde já um momento histórico, pela amplitude da greve e das manifestações. E, também, pela unidade manifestada, em todos os cortejos, numa exigência: retirem a reforma, já!
Esta noite, os dirigentes das confederações sindicais apelam a “acções em volta do 23 de Janeiro” e a “uma nova jornada de greves e manifestações interprofissionais no dia 31 de Janeiro”, para conseguir que “o projecto seja retirado”.
Nos próximos dias, haverá assembleias de serviços e oficinas, assembleias gerais. Não se duvide de que os trabalhadores vão querer organizar-se para ​reforçar a unidade pelo objectivo comum: retirada do plano Macron-Borne já, agora mesmo!

Macron está isolado.
Não conseguiremos obrigá-lo a recuar se continuarmos a
discutir com ele.

Compete às organizações sindicais dizer claramente que se retiram de todas as formas de concertação ou negociação com o governo, seja sobre que assunto for, enquanto o projecto Macron-Borne não for retirado.
Assim como compete aos deputados que apoiam a greve, especialmente os 145 deputados da Nupes [a coligação da France insoumise e vários partidos de esquerda, dirigida por Mélenchon], proclamar solenemente que não voltarão a pôr os pés na Assembleia Nacional nem participarão em debate, sessão ou comissão alguns, seja qual for a matéria, enquanto o governo persistir na sua vontade de impor, através de um golpe de força antidemocrático, a lei rejeitada pela imensa maioria.

Chegou a hora em que, mobilizando-se unidos,
os trabalhadores e a juventude
podem obrigar este governo isolado a recuar.