28 DE JANEIRO DE 2023, 14H, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO A BELÉM
(comunicado da Plataforma “Solidários”)
Depois da enorme Marcha pelo Ensino Público de 14 de Janeiro, o ministro da Educação disse, em nome de todo o governo, que em nada podia ceder às reivindicações dos trabalhadores do ensino – porém, universalmente reconhecidas como justas e urgentes.
Diz o governo: não há cabimento, não há orçamento…
Mas não tem o governo maioria absoluta para mudar os “cabimentos”!?
A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu só deixam o governo gastar os milhões em tanques para a guerra e em PRRs e subsídios para a banca e os patrões? Mas então quem manda, quem mais ordena, não é o povo quando vota?!
Quando gastaram mais de 20.000.000.000€ para salvar os accionistas da banca, não houve, de repente, “cabimento”?
Quando se deu o Novobanco a um bilionário do Texas por 1€ e se lhe deu o direito de sugar milhares de milhões do orçamento da nação durante anos, não houve, de repente, “cabimento”?
E quando se arranjaram milhares de milhões dos impostos e da segurança social para aguentar os patrões e as suas empresas durante a pandemia, não houve, de repente, “cabimento”?
Era diferente? Porque senão as empresas privadas iam todas à falência e a economia ao fundo?
Ao passo que, agora, se não se restabelecer a dignidade da carreira docente, a única coisa que vai ao fundo é o ensino público e o futuro dos nossos filhos? Isso já não faz mal?
Se há cabimento para transferir quase metade do orçamento da saúde para o sector privado e dar indemnizações a todas as Alexandras Quinhentos Mil Reis, não há cabimento para dar 120€ de aumento imediato ao pessoal da educação e aumentar os profissionais de saúde e todos os outros, quando a inflação é de 10% e não há habitação?
A destruição da escola pública não faz mal?
A destruição da saúde pública e dos serviços públicos em geral não faz mal?
E se houve cabimento para transferir milhares de milhões para indemnizar accionistas privados da TAP e preparar agora a privatização à custa de despedimentos em massa e cortes salariais, porque é que não há cabimento para restaurar o acordo de empresa quando a empresa até já dá lucro?
Os trabalhadores sabem que aquilo para que já não há mais cabimento é para esta política!
A verdade é esta: a luta dos profissionais da educação pela dignidade, contra a precariedade e por aumentos salariais indexados à inflação é rigorosamente a mesma luta dos trabalhadores da TAP, dos funcionários judiciais e de todos os serviços públicos! Assim como é a mesma luta dos trabalhadores do sector privado, tantos deles reduzidos à precariedade total e ao salário mínimo.
É chegado o tempo de escolher:
– ou com os trabalhadores da educação pela dignidade e pelo respeito, pelo salário e pelos contratos, pela escola pública e pelos serviços públicos;
– ou com os donos do “cabimento”, o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o grande capital, aos quais o actual governo se entregou de armas e bagagens.
O governo parece ter como única resposta chamar a polícia e preparar restrições cada vez mais gravosas ao direito à greve, com “serviços mínimos” e ameaças de proibição.
Nós escolhemos.
Há quase 50 anos, a seguir ao 25 de Abril, foi na rua e na greve que conquistámos os direitos que temos. É na rua e na greve que temos de estar para os salvar. Essas são as verdadeiras comemorações do cinquentenário da revolução.
TODOS, SOLIDÁRIOS, À
MARCHA NACIONAL PELA ESCOLA PÚBLICA
28 DE JANEIRO DE 2023, 14H, Ministério da Educação, Rua Infante Santo, Lisboa
POR UM CADERNO DE REIVINDICAÇÕES DE URGÊNCIA DE TODOS:
- AUMENTO GERAL DOS SALÁRIOS, INDEXAÇÃO DOS SALÁRIOS E PENSÕES À INFLAÇÃO
- 35H PARA TODOS SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO
- CONFISCO DOS SUPER-LUCROS DA GUERRA E DA INFLAÇÃO
- CONGELAMENTO DAS RENDAS E PRESTAÇÕES DO CRÉDITO À HABITAÇÃO E DOS PREÇOS DOS BENS DE PRIMEIRA NECESSIDADE E COMBUSTÍVEIS
- REVOGAÇÃO DAS LEIS LABORAIS DA TROIKA,
FIM DA CADUCIDADE, REGRESSO À CONTRATAÇÃO COLECTIVA PARA TODOS - FIM À UBERIZAÇÃO E À PRECARIEDADE! CONTRATOS DE TRABALHO PARA TODOS!
UNIR E ORGANIZAR PARA RESISTIR
- Plenários nas empresas e serviços públicos para aprovar as reivindicações urgentes, eleger delegados e comissões de luta para organizar a resistência, com os sindicatos e comissões de trabalhadores
Ligar e coordenar as lutas e greves na UNIDADE DE TODOS OS SECTORES - Se governo e patronato não satisfizerem as reivindicações de urgência,
ENGROSSAR A LUTA, CAMINHAR PARA A GREVE GERAL!
Escreve, manifesta solidariedade, para solidariostap.galp@gmail.com