Desigualdades não param de crescer

os donos de Portugal…

A revista Forbes, versão Portugal, publicou a lista anual dos milionários mais ricos do país.

Para as 50 famílias mais ricas, apurou um património de mais de 40 mil milhões de euros, ou cerca de um sexto do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os salários, rendas, lucros e juros auferidos por toda a gente em Portugal num ano.

Metade, 20 mil milhões, pertencem às dez famílias mais ricas: famílias Amorim (a mais rica, 4.800 milhões: cortiça, GALP), Soares dos Santos (Jerónimo Martins, Pingo Doce), Mello, Azevedo (Sonae), Alves Ribeiro, Pestana e mais quatro.

Nota importante: o cálculo da Forbes não inclui “contas privadas, carteiras de ações não divulgadas, ou participações não qualificadas, bem como bens pessoais não conhecidos publicamente” dentro ou fora do país. Por outras palavras: o património desta meia-dúzia de famílias é, na realidade, muito superior a estes números e, de certeza, superior a 20% do PIB português.

…e os donos do mundo

Desde 2020, os cinco homens mais ricos do mundo duplica-ram as sua fortunas. No mesmo período, quase cinco mil milhões de pessoas empobreceram. Privações e fome são a realidade de muita gente, em todo o mundo. Ao ritmo actual, demorará 230 anos até acabar com a pobreza; mas o primeiro bilionário é capaz de aparecer nos próximos dez anos.

A extraordinária concentração de poder global das empresas e monopólios tem exacerbado a desigualdade em toda a economia. Sete dos dez maiores grupos económicos do mundo têm um director executivo ou um accionista principal com uma riqueza na ordem dos milhares de milhões de dólares. Espremendo os seus trabalhadores, evadindo impostos, privatizando o Estado e promovendo o desastre climático, os grupos económicos são o motor da desigualdade e da canalização de cada vez maior riqueza para os seus proprietários ricos.” (Relatório da OXFAM apresentado à cimeira de Davos em 2024).