“União sagrada” em torno da NATO e pela guerra imperialista

Há dois anos, começou a guerra na Ucrânia. Apesar da destruição gigantesca que provocou, as grandes potências imperialistas não tencionam pôr-lhe termo.

A um mês da sua prevista reeleição, Putin declarou que a Rússia é “invencível” e eliminou na prisão o seu principal opositor (ver “curtas – actualidade”), o que indica que não tem qualquer intenção de pôr fim à carnificina que já custou a vida a dezenas de milhares de soldados russos, “mobilizados” contra a sua vontade há um ano e meio.

E a NATO? No dia 1 de Fevereiro, a União Europeia (braço político da NATO) acrescentou 50 mil milhões de euros para alimentar a guerra na Ucrânia. Em toda a Europa os hospitais, as escolas e os serviços públicos em geral vão ser privados desses milhares de milhões em benefíci da continuação da guerra imperialista…

Em 10 de Fevereiro, o secretário-geral da NATO, Stoltenberg, declarou à imprensa alemã: “Temos de nos preparar para um confronto (com a Rússia) que pode durar décadas. A 16 de Fevereiro, Zelensky, assinou um “acordo de segurança” com vinte e cinco outros governos da NATO e do G7. Governantes europeus gabam-se do crescimento das entregas de material militar pela Europa à Ucrânia, na altura em que as bombas “made in USA” contribuem para o genocídio em Gaza, os conflitos mortais alimentados pelas grandes potências assolam África e a administração americana intensifica a sua pressão militar contra a China.

Nem o povo da Ucrânia, nem o povo da Rússia, nem os povos da Europa e do mundo têm qualquer interesse na continuação da guerra na Ucrânia. Uma guerra imperialista que só serve os interesses dos capitalistas e dos oligarcas… graças à união sagrada de todas as forças políticas em torno dos seus governos belicistas.

Quem, em 1 de Março de 2022, votou a favor de uma resolução que “saúda a unidade entre a União Europeia e a NATO“, “encoraja o reforço da presença avançada da NATO” nas fronteiras da Rússia e da Ucrânia, “apela mais uma vez aos Estados-Membros (da União Europeia) para que aumentem as suas despesas com a defesa”? Praticamente todos os deputados do Parlamento Europeu, da extrema-direita à esquerda (incluindo os deputados do Boco de Esquerda). Os mesmos deputados votaram a favor de resoluções semelhantes ao longo destes dois anos… Uma “união sagrada” em torno da NATO e pela guerra imperialista.

Quem aspira à paz deve adotar os lemas: “O inimigo principal é o nosso próprio governo” e “Proletários de todos os países, uni-vos!