Em ambos os lados: Mulheres na linha da frente

Apesar da repressão, as mulheres, mães, filhas e irmãs dos soldados mobilizados exigem que “os homens regressem imediatamente a casa“. No dia 28 de janeiro, em dezenas de cidades da Ucrânia, manifestaram-se com os seus filhos. Na Rússia, todas as semanas, depositam flores nas campas dos soldados desconhecidos, em nome do movimento “Put’ damoi” (regresso a casa).

Em Moscovo, a 3 de Fevereiro, convocaram uma manifestação: “Convidamos as mulheres, as mães, as irmãs e os filhos dos homens mobilizados de todas as regiões. (…) Recusamo-nos a deixar que a máquina do Estado triture os nossos maridos, filhos, pais e irmãos, e é dever de todos e de cada um de nós salvar os nossos concidadãos do triturador de carne.” Os oligarcas ucranianos e russos fariam bem em não esquecer que, em Fevereiro de 1917, “a iniciativa [da revolução] foi espontaneamente tomada por um contingente do proletariado explorado e oprimido mais do que todos os outros, as mulheres operárias têxteis, entre as quais, pensa-se, terão estado muitas mulheres de soldados” (Leon Trotsky, História da Revolução Russa).

Traduzido e adaptado de Jean ALain, La Tribune des travailleurs, nº428