Greve geral de jornalistas a 14 de Março

Pela primeira vez em mais de 40 anos o Sindicato dos Jornalistas (SJ) agendou uma greve geral para 14 de Março, contra os baixos salários, precariedade e degradação das condições de trabalho do sector.

O Sindicato dos Jornalistas havia sido mandatado pelos profissionais presentes no Congresso da classe, em finais de Janeiro, para realizar a convocatória.

Vamos parar no dia 14 de Março para exigir contratos de trabalho estáveis. Paramos para exigir aumento geral dos salários, não é aceitável que uma profissão com esta relevância e exigência seja paga com salários que mal chegam para sobreviver”, anunciou o presidente do SJ, Luís Simões, em conferência de imprensa, em Lisboa.

A paralisação total servirá para alertar para o estado do sector, “eternamente com salários baixos ou precários”, e para mostrar solidariedade para com os trabalhadores do Global Media Group, com salários em atraso e, na altura, uma ameaça de despedimento colectivo. “Chegou o momento de passarmos das palavras aos actos. Há muito que o diagnóstico está feito: degradou-se o exercício do jornalismo. Chegou o momento de exigirmos respeito. A paixão dos jornalistas pela profissão não pode servir de pretexto para a exploração do trabalho”, assinalou o presidente do SJ. O sindicalista considerou não ser admissível “expulsar” quem tem décadas de redacção por ganhar acima da média, condenar repórteres de imagem a “uma eternidade de falsos recibos verdes”,  ter estagiários a ganhar 150 euros por mês ou ter freelancers a receber 20 euros por peça. O dia 14 foi escolhido por “provavelmente estar em discussão um novo Governo” e é “importante que os poderes políticos percebam que não há mais possibilidade de não se apoiar o jornalismo, sob pena de a desinformação ganhar”. Luís Simões disse esperar uma “grande adesão” à greve: “Acredito que a adesão à greve vai ser expressiva. Não tenho grandes dúvidas sobre isso.”