Título do New York Times (25 de Fevereiro): “Como a CIA está a ajudar secretamente a Ucrânia a lutar contra Putin“, revelando que a agência de inteligência dos EUA tem doze bases secretas ao longo da fronteira com a Rússia desde 2014. “É óbvio que os britânicos estão a enviar agentes do MI6, que os americanos estão a enviar agentes da CIA e que a França está a enviar agentes da DGSE para a Ucrânia“, confirmou o general francês Jérôme Pellistrandi no France Info (3 de Março).
Na quinta-feira passada, o diretor CIA, William Burns, visitou a Ucrânia pela décima vez desde o início do conflito na Europa de Leste. É o que afirma o New York Times, com base em “200 entrevistas com funcionários e ex-funcionários da Ucrânia, dos Estados Unidos e da Europa“. Segundo o jornal, as operações da CIA na Ucrânia remontam ao final de Fevereiro de 2014, após a fuga do então presidente do país Viktor Yanukovych, e permitiram, entre outras coisas, formar numerosos especialistas em inteligência nas fileiras das forças armadas e agências de segurança ucranianas: um deles seria Kyrylo Budanov, atualmente chefe da Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa ucraniano. Ainda segundo o “New York Times”, por volta de 2016 a CIA começou a treinar uma unidade especial das forças ucranianas conhecida como “Unidade 2245”, encarregada de operar através da fronteira e apoderar-se de drones e sistemas de comunicação militares russos para entregar a técnicos da CIA para actividades de descodificação. Budanov devia prestar serviço precisamente nesta unidade. A CIA também terá ajudado a formar “uma nova geração de espiões ucranianos que trabalharam na Rússia, na Europa, em Cuba e noutros locais onde a Rússia mantém uma presença significativa“. Os pormenores da parceria entre as agências de informação norte-americanas e ucranianas são “um segredo bem guardado desde há uma década“, e o fracasso do Congresso em refinanciar a ajuda à Ucrânia poderá “obrigar a CIA a reduzir algumas destas actividades“.