Nós, membros da comunidade académica, professores, estudantes, trabalhadores e cidadãos, tomando conhecimento das mobilizações de estudantes e professores de numerosas universidades, que se enquadram na grande mobilização que se desenvolve à escala mundial, em particular nas universidades norte-americanas, em defesa do povo palestiniano objecto da agressão genocida do Estado de Israel,
⎼ manifestamos a nossa total solidariedade com os estudantes, professores, académicos e cidadãos em luta e repudiamos veementemente as medidas de repressão e violência contra eles que têm sido noticiadas; exigimos a cessação de qualquer medida de repressão a quem luta pelos direitos fundamentais do povo palestiniano;
⎼ e exigimos, com eles, o corte total de todos os laços institucionais directos e indirectos das academias e universidades com o Estado de Israel e suas instituições e empresas.
A operação de arrasamento completo da faixa de Gaza tem um balanço, sempre crescente, de dezenas de milhares de mortos civis, crianças, mulheres e velhos. Com a operação do exército israelita contra Rafah, onde se concentra grande parte da população que fugiu do resto da faixa de Gaza destruída, as proporções da matança aumentam sem cessar.
Associamo-nos ao sobressalto que percorre o mundo face a este crime contra a humanidade.
Reconhecemos nele a consequência de um Estado construído sobre o apartheid étnico e confessional, a colonização e a denegação do direito à autodeterminação do povo da Palestina.
Notamos que este genocídio só é possível pelo apoio, orçamental, financeiro, militar e industrial que o Estado de Israel recebe das grandes potências, nomeadamente dos EUA e dos países da OTAN e da UE, que mergulham o mundo no caos das guerras guiadas pela pilhagem e pelo lucro.
Afirmamos o nosso apoio incondicional ao povo palestiniano na sua luta pela realização da aspiração fundamental de qualquer povo à autodeterminação e à democracia, baseada na absoluta igualdade de direitos entre todos os habitantes, independentemente da etnia ou confissão religiosa, e no direito de retorno de todos os palestinianos à sua terra, aspiração partilhada por um número crescente de judeus em Israel e em todo o mundo.
Exigimos o corte de todos os laços diplomáticos, financeiros e institucionais com o Estado de Israel.
Apelamos a uma grande mobilização internacional, na academia e fora dela, em solidariedade com o povo palestino e contra o genocídio.
Cessar-fogo já! Libertação dos presos de ambos os lados!
Não à repressão dos apoiantes e defensores do povo palestiniano!
Palestina livre!
Subscritores iniciais
Adriano Zilhão, economista
Ana Charro Garcia, psicóloga, Portugal
António Garcia Pereira, advogado, professor universitário aposentado ISEG/UL
António Simões do Paço, professor
Beatriz Protazio (doutoranda em Estudos Literários, Universidade Estadual de Maringá).
Duarte Rolo, psicólogo, investigador
Fabiane Previtali, professora universitária, UFU, Brasil
Fábio de Oliveira, professor universitário, Brasil
Heitor de Souza, médico, investigador UFRJ
Helena Krippahl, Engenheira
João Matos, doutorando UC
Osvaldo Coggiola, Professor universitário, historiador USP Brasil
Márcia Malcher (Universidade Federal do Pará/UFPA/Amazônia-BR)
Maria Augusta Tavares, professora universitária aposentada, Brasil
Miguel Amaral, professor universitário IST, Lisboa
Pamela Peres Cabreira, professora, historiadora
Paula Varela, Profesora de la Universidad de Buenos Aires, Investigadora del CONICET, Argentina
Raquel Varela, historiadora, professora universitária, FCSH-UNL, Portugal
Ricardo Festi, professor universitário, Universidade de Brasilia, Brasil
Roberto della Santa, cientista social, CEG, Portugal
Rubén Vega, Universidad de Oviedo, Spain
Sílvia Jardim, psiquiatra, UFRJ, Brasil Tiago Franco, Engenheiro Informático, Suécia