O Presidente chinês Xi Jinping efectuou uma visita de Estado de dois dias a França, a 6 e 7 de Maio. No centro dos seus encontros com Macron esteve a questão do aumento do défice comercial da França com a China. Macron convidou Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, que acaba de publicar um relatório condenando a “concorrência desleal” da China. O documento, de 700 páginas, ataca o “planeamento estatal” da economia chinesa e os subsídios do Estado às empresas.
A Comissão Europeia lançou uma série de investigações contra empresas chinesas ao abrigo dos regulamentos europeus que proíbem subsídios do Estado. Os investigadores da UE chegaram mesmo a fazer buscas nos escritórios de empresas chinesas nos Países Baixos e na Alemanha, por “suspeitas” de receberem auxílios estatais. O Comissário europeu para os Assuntos Internos contrapõe uma “regra de ouro”: “O nosso mercado está aberto às empresas que respeitem efectivamente as regras da concorrência livre e não falseada”.
Este é o cerne da questão. Nas últimas décadas, a burocracia chinesa abriu amplamente o país às “regras do mercado”. Mas não o suficiente para o imperialismo. A economia chinesa nacionalizada, mesmo quando controlada por uma burocracia corrupta e pelo aparelho do Partido Comunista Chinês, não respeita “verdadeiramente” as regras do regime capitalista.
O primeiro-ministro Li Qiang pode prometer favorecer o mercado com “um nível mais elevado de abertura”, mas isso não é suficiente para o imperialismo, que quer poder apoderar-se do vasto mercado chinês. E se o comércio e a pressão diplomática não forem suficientes, o imperialismo terá de recorrer à guerra… para a qual se está a preparar. O Washington Post titulou as manobras conjuntas dos exércitos dos EUA e das Filipinas no Mar do Sul da China: “Preparando-se para a guerra com a China, os fuzileiros reorganizam a forma como lutam”. Enquanto Macron se encontrava com Xi Jinping, na terça-feira, 7 de Maio, dispararam-se 50 projécteis de 1500 milímetros no decurso destas manobras.