CONSTRUIR A GREVE GERAL PARA DERROTAR O GOLPISMO E DEFENDER OS DIREITOS ESSE O PAPEL DOS PETISTAS
Editorial da Tribuna dos Trabalhadores, nº 2, 15 julho 2016, Boletim da Fração Comunista Internacionalista de O Trabalho (CORQI)
O deputado Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, foi eleito o novo presidente da Câmara Federal até fevereiro de 2017, em substituição a Eduardo Cunha que, numa ação combinada com Temer, demitiu-se do cargo.
Rodrigo Maia foi um dos deputados mais atuantes na Comissão da Câmara que decidiu pela aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef, do PT. É um declarado privatista e tem firme posição pela entrega do pré-sal para o controle das multinacionais do petróleo. Seu primeiro ato como presidente eleito foi encontrar-se com Aécio Neves, a quem credita o papel de patrocinador político de sua candidatura.
Alinhado a Temer, Maia é um homem do golpismo e da tropa de choque dos empresários e latifundiários contra os direitos dos trabalhadores.O surpreendente é que Rodrigo Maia tenha sido eleito com o voto de deputados petistas no segundo turno da disputa contra Rogério Rosso(PSD), outro que se pronunciou a favor do golpe. O voto dos deputados do PT para eleger Maia foi antecipado pela imprensa como supostamente tendo o aval de Lula, que não desmentiu o rumor. Ao aceitar o jogo do cretinismo parlamentar, os deputados petistas desconsideraram todo o esforço das incontáveis manifestações e atos públicos (ocorridos no país e no exterior) contra o golpe de Temer e desse Congresso Nacional dominado por centenas de corruptos e inimigos da classe trabalhadora e da maioria do povo. A Executiva Nacional da CUT, reunida em 5 dejulho, tomou a seguinte decisão: “para impedir a retirada de direitos históricos da classe trabalhadora, a CUT conclama suas bases à preparação da greve geral (…) Para a Executiva da CUT o que está em jogo agora são os direitosda classe trabalhadora e, no futuro, o seu destino. É essa a discussão que os sindicatos precisam fazer, de imediato e com urgência, com suas bases para mobilizá-los para a greve geral. As assembleias sindicais devem ocorrer até 31 de julho”. Ela propõe ainda um “Dia Nacional de Assembleias da Classe Trabalhadora, em todas as capitais dos estados, na segunda quinzena de agosto”. Nada é mais urgente para todos os militantes petistas do movimento sindical, do movimento popular, da juventude, que organizar desde a base essa agenda de preparação da Greve Geral. Infelizmente, os deputados federais petistas se puseram na contramão dessa agenda ao votar num golpista e inimigo dos trabalhadores para à presidência da Câmara, desconsiderando a urgente luta pela Constituinte para a reforma do sistema político e o fim das atuais instituições reacionárias e corrompidas.