CONFERÊNCIA OPERÁRIA EUROPEIA 12 e 13 de Maio de 2018 – PARIS

Düsseldorf, 15 de Fevereiro de 2018

Caros amigos e camaradas,

Depois de conversar com os co-iniciadores italianos e franceses do Apelo a uma Conferência Operária Europeia que lançámos em início de Dezembro de 2017, decidimos propor-vos para data da conferência o sábado, 12 de Maio, e domingo, 13 de Maio, em Paris(1).

Associaram-se ao apelo mais de 400 camaradas de trabalho, trabalhadores, jovens, activistas políticos e sindicalistas oriundos de 17 países(2) e de várias profissões. Perante o catastrófico balanço para a classe trabalhadora e a democracia que há a fazer de vinte e cinco anos de aplicação do Tratado de Maastricht (1992), tratado fundador da União Europeia, a nossa conclusão é esta:

Esta Europa não é a nossa Europa. Trabalhadores, militantes e activistas do movimento operário e democrático que somos, somos internacionalistas: todos os trabalhadores da Europa são nossos irmãos e irmãs de classe. Queremos uma Europa aberta a todos igualmente, habitem ou não dentro das fronteiras da actual União Europeia. (…) Queremos uma Europa dos trabalhadores e da democracia, sem fronteiras nem limitações. Queremos a união livre dos povos e nações livres e dos trabalhadores livres de toda a Europa.

Escrevemo-vos este convite da Alemanha, onde, nas últimas semanas, 1,5 milhão de operários metalúrgicos se mobilizaram em greve de advertência por aumentos salariais e pelo acerto dos salários com o horário de trabalho, pela igualdade entre Leste e Oeste da Alemanha, ainda por conseguir vinte e nove anos após a queda do Muro de Berlim. Igualmente se prepararam para a mobilização os trabalhadores da função pública central e local e dos correios. Esta resistência dos trabalhadores reflecte-se, dentro do Partido Social Democrata (SPD), na fortíssima resistência à reedição do “bloco central” com Merkel, ou seja, a uma nova coligação para impor políticas anti-operárias e para permitir a Merkel e Macron fazerem uns remendos às instituições europeias.

Ficámos indignados com a repressão sofrida porlutadores operários, representantes eleitos e trabalhadores na Catalunha pelo único “crime” de terem organizado o referendo sobre a República Catalã em 1 de outubro. Registamos, aliás, que, no dia 16 de janeiro, a Comissão Europeia voltou a dar o seu acordo à intervenção policial repressiva da monarquia de 1 de outubro. Muitos de nós participamos, de mãos dadas com camaradas nossos no Estado espanhol, na campanha pela “Libertação imediata de todos os presos políticos! Abandono de todas as acções judiciais! Liberdade do povo catalão de escolher os seus próprios representantes! Não toquem na República catalã!”.

Estamos convencidos de que, apesar de todos os obstáculos, a resistência dos trabalhadores conseguirá restaurar todas as conquistas democráticas e sociais que vinte e cinco anos de Tratado de Maastricht tanto danificaram. Essa mensagem de esperança, recebemo-la dos próprios signatários gregos do nosso apelo. Apesar do quanto se andou a fazer nesse país, oito anos a fio, para cumprir os “memorandos” da troika e dos governos a ela subordinados e pôr termo à resistência dos trabalhadores gregos, apesar de todos os esforços feitos para desmoralizá-los, a população trabalhadora e a juventude continuam mobilizadas contra as medidas de austeridade do governo Tsipras, que agora ameaça o direito à greve.

Esta conferência será também um momento importante na luta contra a guerra e contra a militarização da Europa. Na cimeira da NATO de 14 e 15 de fevereiro, os representantes de Trump exigiram novamente um aumento das despesas de defesa, portanto mais guerras e mais refugiados recebidos à matracada quando pedem asilo no nosso continente. Para dar efeito às directrizes da NATO — 2% do PIB para o orçamento da guerra — a Alemanha teria que gastar mais 30 a 40 mil milhões de euros por ano, aumentando assim o orçamento da guerra para 65 a 75 mil milhões. E disseram-me que o governo francês Macron-Philippe tem exactamente os mesmos planos. Os nossos amigos da Turquia, dos Balcãs, da ex-URSS falar-nos-ão igualmente da sua luta contra guerras passadas e presentes; os camaradas da França, Grã-Bretanha e Alemanha relatarão a sua luta contra os seus próprios governos, que estão a intervir militarmente na África, na Ásia e no Médio Oriente.

Propomo-vos trazer delegações o mais amplas possívelà Conferência Operária Europeia de 12 e 13 de maio. Enviem-nos textos e contribuições. Nós transmiti-los-emos às outras delegações.

A nossa conferência reunir-se-á quase no dia do bicentésimo aniversário de Marx, que em 1847 proclamou “Proletários de todos os países, uni-vos!”, consignando alguns anos mais tarde nos estatutos da Associação Internacional dos Trabalhadores (Primeira Internacional) que “a emancipação dos trabalhadoresserá obra dos próprios trabalhadores”.

Ambas estas afirmações passaram a património comum dos lutadores operários de todas as tendências que se propõem contribuir para a emancipação da humanidade.

Saudações solidárias

Heinz-Werner Schuster
Sindicalista, militante do SPD contra o Bloco Central, Düsseldorf

  1. Os camaradas franceses que estão a preparar uma manifestação nacional no quadro do “Mouvement pour la rupture avec la Vè république et lUnion Européenne” (Movimento pela Ruptura com a Vª República e a União Europeia), declararam-se prontos a acolher-nos em Paris. A conferência realizar-se-á na redacção do semanário La Tribune des Travailleurs.
  2. Alemanha, Bélgica, Eslovénia, Estado Espanhol, França, Grã-Bretanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Portugal, República Checa, Roménia, Sérvia, Suécia, Suíça, Turquia.

PARTICIPO NA CONFERÊNCIA:

Apelido, nome:
Endereço:
Telefone:
Email:

Necessito de alojamento na noite de 11 para 12 de Maio:  SIM NÃO

de 12 para 13 de Maio  SIM  NÃO

de 13 para 14 de Maio  SIM  NÃO

País:
Língua (planeamento de traduções):

Posso contribuir com ………. euros (segundo as possibilidades) para as despesas de alojamento e alimentação.