As ameaças tremendas que se adensam todos os dias contra os trabalhadores

Editorial d’ “O Trabalho” nº31-32

Ler‐se‐á nestas páginas o significado das ameaças tremendas que se adensam todos os dias contra os trabalhadores, em Portugal e no mundo.

Em Maio, o FMI manda atacar as pensões. E acrescenta que o governo Costa concorda.
Em Junho, António Costa anuncia que quer aumentar os salários 20% nos próximos anos.
Em Julho sabe‐se que os lucros do grande capital aumentaram em centenas de por cento no 1º semestre. e que os salários baixam sem parar, esmagados pela inflação crescente, pela política orçamental do governo e pela mantida legislação laboral da troika.

Em fins de Julho o Banco Central Europeu cria um novo instrumento “antifragmentação do euro”, que retira todo o vestígio de soberania aos países a que se aplicar ‐ potencialmente todos, diz Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu.

Aumentam, do mesmo passo, os índices de mentira e descaramento com que o governo e a imprensa, propriedade do grande capital, se dirigem ao país.

Aumentar salários” significa, assim, aumentar lucros e baixar salários.
Melhorar a sustentabilidade” significa: baixar as pensões e esmagar os mais frágeis.
Defender a paz” significa expandir a NATO, multiplicar os orçamentos de guerra, pôr ao rubro a corrida aos armamentos, preparar a agressão à China, pintar como democratas os oligarcas ucranianos e os seus bandos nazis na guerra que travam, em nome e por conta da NATO, contra os exércitos e os bandos de Putin. Guerra que é, dos dois lados, contra os povos ucraniano e russo.

Nesta clima de guerra e opressão crescente, os trabalhadores, portugueses e de todo o mundo, só podem contar com as suas próprias forças. Têm de agrupar‐se e unir‐se com e nas suas organizações, sindicatos, comissões de trabalhadores. Reforçar os seus instrumentos de luta. Criar a sua própria imprensa, que diga a verdade. Restabelecer os laços de solidariedade internacional organizada com os trabalhadores de todos os países, igualmente atacados. Constituir a única força mais forte e mais invencível do que a de todos os exércitos do capital: a força da sua unidade e organização.

Essa é a tarefa diante de todos. Por ela, nós, d’O Trabalho, estaremos presentes na Conferência Mundial contra a guerra e a exploração, pela Internacional Operária, em Paris, no último fim de semana de Outubro.