Comunicado do Partido Operário Independente Democrático de França (POID), 8 de Março de 2023
Pela força e pelo número, a greve e as manifestações de 7 de Março são históricas.
Há dois meses que milhões e milhões de trabalhadores e jovens têm feito greves e manifestações, por seis vezes já. Mesmo assim o governo persiste em manter a sua reforma, que é rejeitada por uma ampla maioria da população.
De cada três pessoas interrogadas, duas consideram legítimo bloquear o país.
Sendo assim, que outra solução para fazer recuar Macron, a não ser a greve geral?
A necessidade da greve geral é o foco das discussões nas assembleias de trabalhadores.
Em muitos sectores, estes resolveram, com os seus sindicatos, enveredar por esse caminho. Com caixas de greve e comités de greve eleitos, etc., o movimento, “na base”, começou.
Muito ele se poderia desdobrar se pudesse estribar-se num apelo claro à greve geral que viesse “do topo”, dos dirigentes das confederações sindicais.
Há urgência: Macron quer passar à força!
Seja mediante uma aliança com o partido Les Républicains (partido da direita tradicional) no Senado e na assembleia Nacional. Seja, se isso falhar, recorrendo ao nº 1 do artigo 47º e ao número 3 do artigo 49º da Constituição antidemocrática da Vª República.
Os trabalhadores sabem que não têm nada a esperar desse lado.
A democracia não advirá nem do Senado nem dos pseudodebates na Assembleia Nacional, nem da “comissão mista paritária” dominada por macronistas e republicanos.
Democracia é satisfazer o que a imensa maioria reivindica: a retirada da reforma.
Macron e o seu governo são ultraminoritários no país.
Os dirigentes dos partidos da Nupes afirmam apoiar a mobilização da classe operária e da juventude. Provem-no!
Rompam com Macron, abandonem os bancos da Assembleia Nacional e do Senado até eles retirarem o projecto!
Que se deixem de apoiar, com votações atrás de votações – no Parlamento Europeu e na Assembleia Nacional –, o envolvimento do governo Macron-Borne com a NATO e a guerra no Leste da Europa.
Proclamem publicamente que Macron se vá embora e que estão dispostos a formar um governo de ruptura, cuja primeira decisão seja retirar a reforma das pensões.
Para ajudar a realizar a greve geral na unidade,
para acabar com Macron,
por um governo da classe trabalhadora e da democracia:
adiram ao POID, leiam e divulguem a La Tribune des travailleurs!