COMUNICADO DO EXECUTIVO NACIONAL DO PARTIDO OPERÁRIO INDEPENDENTE DEMOCRÁTICO (POID) francês
O assassínio a sangue frio de um jovem de 17 anos por um representante das “forças da ordem” é totalmente inaceitável. É totalmente inaceitável que, em aplicação de uma lei de 2017, 13 pessoas tenham sido mortas pela polícia só em 2022 por “desobediência à autoridade”.
A juventude e, com ela, toda a população está revoltada. Todos exigem justiça para Nahel.
A revolta dos jovens exprime o seu sentimento de não terem futuro neste sistema e a sua recusa de depositar a mínima confiança neste governo.
Mas então, que governo há-de incutir nos jovens confiança no seu futuro?
Não um governo que só lhes oferece empregos precários, estágios, serviços cívicos e quejandos.
Não um governo que encerra os liceus profissionais, destrói o diploma do secundário (“baccalauréat”), não substitui professores ausentes, organiza a selecção na universidade e quer arregimentar os jovens para um Serviço Nacional Universal (SNU) obrigatório, enquadrado pelo exército.
Não um governo que responde às manifestações com repressão contra os jovens, os trabalhadores e os sindicalistas.
Não um governo que, enquanto organiza a degradação dos bairros sociais, dos hospitais e dos serviços públicos, dá centenas de milhares de milhões aos capitalistas, ano após ano.
Não um governo que, à compita com a extrema-direita, designa os estrangeiros e imigrantes como bodes expiatórios e os expulsa.
Não um governo que, contra a vontade da grande maioria, impõe a obrigação de trabalhar mais dois anos, atrasando a idade da reforma para 64 anos.
Não um governo que acaba de votar 413 mil milhões para a lei de programação militar para participar em guerras sob o comando da NATO contra os povos de todo o mundo.
Este governo, o governo Macron-Borne, vira costas aos interesses e necessidades da população trabalhadora e dos jovens, pois, tal como os sucessivos governos anteriores respeitadores das instituições da Vª República, está ao serviço dos banqueiros e dos capitalistas.
Que governo há-de incutir nos jovens confiança no seu futuro? Outro governo e outra República ao serviço da maioria, de quem vive do seu trabalho, em vez de continuar ao serviço de uma minoria de aproveitadores e exploradores.
Para isso, o governo Macron-Borne tem de desaparecer. E com ele a Vª República.
