União Europeia: Ursula von der Leyen, candidata da administração americana

Despesa de defesa dos Estados europeus membros da NATO

A 19 de Fevereiro, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a sua candidatura a um segundo mandato.

Ministra de Angela Merkel na Alemanha nas várias coligações de 2005 a 2019, von der Leyen terá sido proposta por Macron para encabeçar a Comissão, em 2019, pela sua capacidade de forjar um consenso com grupos tanto de “esquerda” como de “direita”.

Um aspecto fundamental do seu currículo foi assim resumido pelo secretário-geral da NATO, a 16 de Fevereiro: “Foi fundamental para levar a cooperação entre a NATO e a União Europeia para níveis sem precedentes“. O New York Times (19 de Fevereiro) sublinhou que ela se “tornara uma interlocutora-chave para a administração Biden“. Este último telefonou-lhe pessoalmente a 1 de Fevereiro “para saudar a decisão histórica da União Europeia (…) de aprovar um apoio financeiro adicional de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia“.

Para Biden, tal como para Trump – mesmo que este último tenha outros métodos para atingir os seus objectivos – a prioridade é dirigir as despesas militares dos EUA contra a China.  Isso significa fazer com que os povos da Europa paguem o preço das guerras travadas em benefício dos capitalistas.

Ursula von der Leyen não é diferente: “A NATO é da maior importância para a União Europeia, mas penso que é importante fazermos os nossos próprios trabalhos de casa” (Euronews, 19 de Fevereiro).  Vangloria-se de ter aumentado as despesas militares da União Europeia de 240 mil milhões de euros em 2022 para 350 mil milhões, este ano. E pretende continuar este aumento sem precedentes, saudado pela NATO, com a futura “estratégia industrial europeia de defesa“, destinada a produzir mais armas e munições; fala-se de mais 100 mil milhões de euros.

A administração americana, que sempre se opôs a uma “defesa europeia” autónoma, nada tem a recear da proposta de von der Leyen de um “comissário da defesa”: é a “sua” candidata a permanecer à frente de uma União Europeia cada vez mais subserviente.

Traduzido e adaptado de Michaël Jouteux, La Tribune des travailleurs, nº429