A NATO quer mais 100 mil milhões para a guerra na Ucrânia!

Nos dias 3 e 4 de Abril, os Ministros dos Negócios Estrangeiros dos 32 Estados membros da NATO reuniram‐se em Bruxelas. 4 de Abril marcou o 75º aniversário da fundação da aliança militar chefiada pelos EUA, inicialmente criada para combater a União Soviética. Após o colapso da União Soviética em 1991, a aliança continuou a expandir‐se para leste, absorvendo um a um todos os países da Europa de Leste, os Estados Bálticos e a Escandinávia. O seu campo de acção ⎼ teoricamente euro-atlântico ⎼ alargou-se também consideravelmente, veja-se a intervenção e ocupação do Afeganistão (2001‐ 2021), a intervenção na Líbia em 2011, etc.

Desde a invasão russa da Ucrânia, a NATO está directamente envolvida no conflito. Os Estados Unidos e os seus aliados enviam ao exército de Zelensky, através da NATO, a ajuda militar sem a qual ele não poderia resistir. A crise política nos Estados Unidos reforça a determinação dos seus dirigentes em fazer com que os Estados europeus arquem com a maior parte do fardo da ajuda financeira. A União Europeia anunciou, assim, uma verba suplementar de 50 mil milhões de euros para aguentar o Estado ucraniano nos próximos cinco anos. Na votação no Parlamento Europeu, em 27 de Fevereiro, a maioria dos deputados de “esquerda” apoiaram, em “união sagrada”, mais estes créditos de guerra.

A reunião da NATO foi, ainda, ocasião para o anúncio de um novo fundo para ajuda militar no espantoso valor de 100 mil milhões de euros, para os próximos cinco anos. Teve o apoio dos governos francês, alemão e polaco, dobrando as reticências de governos como o da Hungria, que procura preservar os seus laços com os oligarcas russos.

Estes milhares de milhões serão, é claro, subtraídos aos orçamentos dos serviços públicos. E irão, ainda mais claro é, parar aos bolsos dos accionistas da indústria militar.

Servirão para massacrar mais milhares de jovens ucranianos e russos.