Como o FMI está a “ajudar” o povo ucraniano

Imagem: Contropiano.org

No dia 18 de Abril, os activistas da Frente Ucraniana dos Trabalhadores (RFU) explicaram que o Fundo Monetário Internacional tinha imposto um novo “programa” à Ucrânia para obrigar o governo de Zelensky a pagar um défice de 8 mil milhões de dólares que não seria coberto pelos Estados Unidos ou pela União Europeia. O governo de Zelensky tinha garantido que aplicou o programa.  O FMI começou por exigir uma “reforma do sistema de proteção social“. Os trabalhadores de todo o mundo conhecem esta linguagem.  Depois, exigiu um “aumento das receitas fiscais“. Daí a supressão das isenções fiscais para os empresários independentes (pequenos comerciantes, artesãos, etc.), a fim de “transferir o encargo económico da guerra para a pequena burguesia, levando-a à falência“, comenta a RFU. O FMI também apelou à criação de um registo de transacções em todo o lado, desta vez visando os oligarcas ucranianos, que são campeões da evasão fiscal com os seus colegas russos.  Os activistas da RFU explicam: “Podem pensar que o FMI está preocupado com o bem-estar do povo ucraniano porque está a lutar contra os oligarcas. Na realidade, só o está a fazer para substituir os “nossos” oligarcas por outros. Porque os “nossos” oligarcas não serão capazes de competir com os seus camaradas imperialistas ocidentais.” A este respeito, o FMI exigiu um novo “conselho de supervisão” para a Naftogaz (a empresa 100% estatal que produz mais de 70% do gás natural da Ucrânia e 60% do seu petróleo). A nova equipa inclui o antigo vice-presidente da companhia petrolífera norueguesa Equinor, o presidente da empresa canadiana Tenaz Energy, um director da empresa britânica Centrica, entre outros. “O nosso gás poderá assim ser vendido à Europa a preços reduzidos, cobrindo a crise energética“, afirmam os activistas, que concluem: “Apesar de todo o seu discurso de independência nacional, o governo está a apertar a corda do crédito à volta do pescoço da Ucrânia e do seu povo.”