Um milhão de estudantes, professores, sindicalistas e activistas políticos (incluindo dirigentes da poderosa CGT, convocados à última hora) saíram às ruas das principais cidades da Argentina para protestar contra a decisão deliberada do governo de extrema-direita de Milei de estrangular as universidades públicas e abrir caminho à privatização. O governo manteve o orçamento para o ensino superior ao mesmo nível que o de 2023… apesar de a inflação ter aumentado 288% num ano. Assim, as universidades, que são literalmente estranguladas e onde se poupa em tudo, desde o papel higiénico, estão à beira da falência. Os activistas que participaram na gigantesca manifestação de Buenos Aires (meio milhão de pessoas) dizem-nos: “O que tivemos foi a auto-organização dos estudantes, que vieram com as suas inúmeras faixas e cartazes feitos à mão. Alguns observadores assinalaram também a presença de jovens que tinham votado em Milei. Pelo que pudemos ver, em muitas universidades dos subúrbios, os estudantes recusaram os autocarros alugados pelos reitores das universidades e vieram de comboio para a Plaza de Mayo [no centro da capital]”. Numa altura em que se multiplicam as greves e os protestos dos trabalhadores contra o plano de 70.000 despedimentos na função pública e a futura “reforma laboral” que Milei quer impor, a emergência dos jovens pode mudar a situação. A direção da CGT convocou manifestações para os dias 1 e 9 de Maio. A seguir…