Em 26 de Fevereiro, 2 de Maio e 11 de Maio, Macron declarou que “não exclui” o envio de tropas para a Ucrânia. Entretanto, já não está sozinho.
A página especializada Opex360.com (14 de Maio) revela que “a Estónia está a considerar seriamente o envio de tropas para o oeste da Ucrânia”. O conselheiro de segurança nacional do país afirma que o objectivo é “aliviar” as forças ucranianas. Acrescenta que “prefere que essa missão seja levada a cabo em cooperação com a NATO”. Outros países poderão seguir-lhe o exemplo, como a Holanda e a República Checa. Em Moscovo, Putin já indicou que, nesse caso, retaliaria, inclusive com armas nucleares. É disto que estamos à espera?
Para já, a administração Biden prefere enviar para a matança os soldados ucranianos ⎼ equipados com material americano pago pelos europeus. Mas por quanto tempo? O New York Times (16 de Maio) relata que o general americano Charles Q. Brown Jr., chefe do Estado-Maior Conjunto, considera que, para treinar os 150 mil novos recrutas ucranianos ⎼ que Zelensky está a mandar colher nas ruas, aldeias e às portas das fábricas ⎼ será necessário enviar “formadores da NATO para a Ucrânia”: “Havemos de lá chegar, mais dia menos dia. É só uma questão de tempo.” Comentário do New York Times: “Esta iniciativa poderá arrastar os Estados Unidos e a Europa mais directamente para a guerra”.
Entretanto, a administração Biden deu mais um passo em frente. Durante uma visita a Kiev, a 15 de Maio, o secretário de Estado Blinken “sugeriu que as forças ucranianas poderiam atacar o território russo com armas fornecidas pelos Estados Unidos” (Le Monde, 16 de Maio). Tal é possível graças à entrega de 1000 mísseis americanos ATACMS, que podem atingir território russo em profundidade.
Quem ousará dizer que o chamado “apoio à Ucrânia” das grandes potências e da NATO é outra coisa que não a marcha para a guerra total?
É urgente que os dirigentes de “esquerda” representados nos parlamentos, que têm votado a favor dos fundos de guerra para a Ucrânia ⎼ tanto nos parlamentos nacionais como no Parlamento Europeu* ⎼ deixem de apoiar a NATO e os governos que estão a fazer a guerra.
